03/04/2008 - 15/06/2010
Acaba hoje uma jornada bloguística de mais de dois anos. Esta acção tem a suas razões, muitas das quais pessoais. Não digo que um dia não volte; mas parece-me que já tirei tudo o que podia deste mundo. Agradeço a todos os que me acompanharam nesta caminhada, a todos os que me leram, a todos os que gostaram do meu trabalho e me apoiaram. Tentei fazer o meu melhor para ajudar muitos que aqui andam, ou andavam, perdidos. Deixo o meu agradecimento especial à Inês, ela sabe porquê. Quando a encontrei, por aqui, ela era um passarinho recém-nascido, meio perdido num mundo grande demais para qualquer um de nós. De certa forma, «adoptei-a». E ela já há muito tempo voa sozinha com asas maiores que as minhas.
Aprendi muito, por aqui. Aprendi a ser mais pessoa, mais escritora, mais mulher, mais cidadã, mais amiga, mais irmã, mais fotógrafa, mais estudante, mais filha, mais eu. Descobri sítios novos dentro de mim. Esta página, e vocês, viram-me crescer. Não tenho como agradecer. No entanto, manter o blog é, para mim, insustentável. Vou deixar todos os posts aqui, para quem quiser consultar, relembrar, reler. Cada palavra vossa é um abraço, um beijo, um olhar com um sentimento sempre diferente.
Deixo, como prólogo de tudo isto, um pedaço de um projecto antigo:
«Lembra-te de mim quando eu estiver ausente. Lembra-te de mim quando só houver luz. Lembra-te de mim quando o céu te sorrir. Encontra o mais profundo de ti e eu lá estarei à tua espera. Quando saíres de casa, leva sempre o coração no bolso, e duas moedas; leva sempre uma vela e uma caixa de fósforos, porque nunca sabes se a esperança pode fugir; leva uma corda e ata-a aos sonhos. Deixa a tua força debaixo da almofada nos dias em que quiseres ser frágil. Custa-me admitir que às vezes só tu é que existes. Custa-me a admitir que tens razão; e as minhas palavras são esmagadas pelos teus olhos. Por isso, vou-me embora. Vou sentir-te todas as noites entre os lençóis. Não sei porque sou assim, mas o meu olhar vai mais longe. Longe demais. E por isso vou ver-te todos os dias, quando as janelas estiverem todas abertas e o ar da noite for tão frio que traga o Inverno consigo. Agora, podes ser livre. Promete-me que, sempre que voares para cima das nuvens nos dias de chuva para veres o sol, levas a minha memória contigo. E que vais ser feliz.»
Sejam felizes.
Um beijo,
Catarina Costa 15/06/2010 10:11