Acordei. Havia uma névoa de penumbra sobre as cabeças adormecidas do Afonso e do David. Conseguia ouvi-los a respirar profundamene, deitados junto a mim na enorme cama de casal do quarto dos pais do Afonso. Eles não estavam em casa e nós, exaustos, adormeceramos sobre a colcha, ainda vestidos.
As cortinas estavam fechadas, lançando uma cor avermelhada sobre nós.
O Afonso estremeceu, a sua respiração oscilando mas voltado ao normal rapidamente. Estava com a cabeça encostada às minhas costas e as mãos junto à minha coluna. O David tinha os lábios ligeiramente entreabertos, o ar saindo-lhe por entre a carne cor-de-rosa que os constituía.
Sonhavam, ambos. Tinham as pálpebras cansadas cerradas num sono estável e pacífico. Era belo, vê-los dormir.
Fechei os olhos, encostei-me ao peito do David. Cheirava a cravos. Ele respirou fundo e pôs os braços ao meu redor. Sorri.
Até a um próximo post,
J.F.