BLOG FECHADO

16
Jun 09

Lavei o rosto com água morna. Espalhei o sabonete pela pele e deixei-o sair com a água que o havia abraçado.

O David estava encostado à ombreira da porta, de braços cruzados e apoiado na perna direita. Observava-me com um sorriso trémulo nos lábios.

«Eu não demoro, não te preocupes.»

Ele assentiu e eu envolvi a face na toalha que descansava junto ao lavatório.

«Como dormiste?»

«Bem» respondi.

«Estás pálida.»

«Tenho fome, é normal.»

Ri-me jocosamente e ele apenas abriu mais o seu sorriso.

Pousei a toalha no seu local de descanso original. O David aproximou-se e pegou no sabonete por cima do meu ombro.

«Acrobacias dispensam-se.»

«Nem por sombras!»

Abriu a torneira e molhou-me com um espirro de água. Pelo que o Afonso mais tarde me contou, a minha expressão de surpresa e quase terror não tivera preço.

Praguejei, mas não lhe consegui chegar à face para o castigar com uma estalada, pois ele prendeu-me o braço na sua mão titânica e beijou-me a testa.

Amuei e retirei-me para a cozinha. O Afonso estava no corredor, sentado nos calcanhares, a chorar de riso.

«Homens» cuspi, com desprezo.

Ele trocou os olhos e imitou-me.

Seguiu-se um minuto de silêncio de vácuo.

Então, desatámos a rir.

 

 

 

Até a um próximo post,

J.F.

publicado por Katerina K. às 09:09

Gostei muito. Realmente escreves bem, Joana. Continua.
Bjinhos
ónix a 25 de Julho de 2009 às 22:52

Obrigada. Está à vontade neste cantinho que é de todos.

Beijinho flautístico,
J.F.

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